quarta-feira, 24 de julho de 2013

DEUS SEJA LOUVADO! 100 mulheres que comprovam que você não veio do macaco

Qual a importância de uma lista contendo – na humilde visão desde blogueiro – as 100 mulheres mais bonitas dos filmes estrangeiros? Absolutamente, nenhuma. Confesso que o mote principal surgiu após ver três filmes, em sequência, da não pouco bela Scarlett Johansson, e perceber que depois tudo ficava mais feio. E comecei a pensar em outras que me produziam o mesmo efeito: o dom de anestesiar o corpo e botar qualquer senso de beleza no divã, tamanha a bondade que a natureza despendeu a essas criaturas e a dificuldade de julgar a perfeição.

No princípio, escolheria 50 mulheres que eu havia visto nos filmes. Porém, ao perceber que Ava Gardner, Brigitte Bardot, Brooke Shields, Megan Fox e Rita Hayworth ficariam de fora (sim, eu jamais vi qualquer filme que as tivesse como atrizes), abri a exceção de colocar as que desconhecia e as famosas que não poderiam deixar de estar, para não tornar a coisa injusta. Mesmo assim, sobrarão pessoas a me xingar, a dizer que “aquela fora da lista é mais bonita que esta”. Tomara mesmo que isso aconteça...

Além dos nomes que brotaram, aos poucos, da minha lembrança, usei o Google Imagens e o portal Adoro Cinema para complementar a pesquisa. Selecionei as mulheres com base, apenas, no rosto, sem considerar se a bunda de uma é maior que da outra, sem levar em conta o talento dessa ou daquela para atuar. Razão pela qual a incrível Meryl Streep não está na relação. E o que é mais evidente nessa coisa de beleza: talvez você olhe pra alguma escolha minha, e pense: “o que ele viu nessa criatura?”.

Não quis me arriscar a colocá-las num ranking – elas serão dispostas em ordem alfabética, contendo, além do nome, a nacionalidade, foto e filmes em que atuaram. E fiz isso por um único motivo: é impossível julgar seres tão olimpianos. De todo modo, se é pra escolher uma, daquela que ocuparia o posto de número 1, diria o nome da primeira que lembrei, ainda quando rascunhava à caneta os primeiros nomes: Marilyn Monroe.

*Os filmes com asteriscos são os que eu não vi


Agnese Nano (Itália)
  
Cinema Paradiso


Amanda Peet (EUA)

Alguém tem que ceder; De repente é amor; Syriana; 2012


Amanda Seyfried (EUA)

Mamma Mia!; O preço da traição; Querido John; Cartas para Julieta; Os Miseráveis

Angelina Jolie (EUA)

O colecionador de ossos; Amor sem fronteiras; Roubando vidas; Alexandre; O bom pastor; A troca; O turista


Anita Ekberg (Suécia)

A doce vida*


Anne Hathaway (EUA)

O segredo de Brokeback Mountain; O diabo veste Prada; O casamento de Rachel; Idas e vindas do amor; Amor & outras drogas; Alice no país das maravilhas; Os miseráveis; Batman: o cavaleiro das trevas ressurge

Audrey Hepburn (Bélgica)

A princesa e o plebeu; Bonequinha de luxo


Audrey Tautou (França)

O fabuloso destino de Amélie Poulain*; O código da Vinci; Coco antes de Channel*


Ava Gardner (EUA)

Os assassinos*; Mogambo*


Brigitte Bardot (França)

O desprezo*; Masculino, feminino*


Brooke Shields (EUA)

A lagoa azul*; Amor sem fim*; Hannah Montana*


Candice Bergen (EUA)

Gandhi; Miss Simpatia*


Capucine (França)

A pantera cor-de-rosa*


Caterina Murino (Itália)

007: Cassino Royale


Catherine Deneuve (França)

A bela da tarde*; Pele de asno; Dançando no escuro; Persépolis


Catherine Zeta-Jones (País de Gales)

A máscara do Zorro; Traffic; O Terminal


Charlize Theron (África do Sul)

Advogado do Diabo; Doce Novembro*; Branca de Neve e o Caçador


Charlotte Rampling (Inglaterra)

O porteiro da noite*; A lista: você está livre hoje?; A duquesa*


Claudia Cardinale (Itália)

Oito e meio*; Era uma vez no Oeste


Connie Nielsen (Dinamarca)

Advogado do Diabo; Gladiador


Cyd Charisse (EUA)

Cantando na chuva


Dalida (Egito)

Diga-me sobre o amor*; O desconhecido em Hong Kong*


Daryl Hannah (EUA)

Um amor pra recordar; Kill Bill 1 e 2


Debbie Reynolds (EUA)

Cantando na chuva; O Guarda-Costas


Diane Kruger (Alemanha)

Tróia; Bastardos Inglórios


Diane Lane (EUA)

Chaplin; Infidelidade; Sob o sol da Toscana; Noites de Tormenta


Elisha Cuthbert (Canadá)

Show de vizinha*; A casa de cera; Ironias do amor*


Elsa Pataky (Espanha)

Velozes e Furiosos 5 e 6*


Emma Roberts (EUA)

Idas e vindas do amor


Eva Green (França)

Cruzada; 007: Cassino Royale


Eva Longoria (EUA)

Sentinela


Eva Mendes (EUA)

Por um triz; Hitch: conselheiro amoroso*; Motoqueiro Fantasma*; Apenas uma noite


Fanny Ardant (França)

Elizabeth; Paris, te amo*


Françoise Fabian (França)

A bela da tarde*


Freida Pinto (Índia)

Quem quer ser um milionário; Você vai conhecer o homem dos seus sonhos*; Planeta dos Macacos: a origem*


Gillian Anderson (EUA)

Arquivo X: o filme*; O último Rei da Escócia


Golshifteh Farahani (Irã)

Rede de Mentiras


Grace Kelly (EUA)

Janela indiscreta; Disque M para Matar


Halle Berry (EUA)

Momento Crítico; X-Men*; 007: um novo dia para morrer*; 


Ingrid Bergman (Suécia)

Casablanca; Quando fala o coração*; Sob o signo de capricórnio*; Sonata de Outono*;


Isabella Rossellini (EUA)

Veludo Azul*; A morte lhe cai bem*; 


Isabelle Adjani (França)

A história de Adèle H.*; O inquilino*; Nosferatu*;


Jane Fonda (EUA)

Julia*; A sogra


Jennifer Connelly (EUA)

Uma mente brilhante; Hulk*; Casa de areia e névoa*; Pecados íntimos; Diamante de sangue; Traídos pelo destino; O dia em que a Terra parou*


Jennifer Lopez (EUA)

Selena*; Anaconda; Dança Comigo


Jessica Alba (EUA)

Sin City*; Quarteto Fantástico*; Awake: a vida por um fio; Idas e vindas do amor


Julia Roberts (EUA)

Uma linda mulher; Tudo por amor; Todos dizem eu te amo*; Teoria da conspiração; O casamento do meu melhor amigo; Um lugar chamado Notting Hill; Erin Brokovich*; Onze homens e um segredo; O sorriso de Mona Lisa; Closer: perto demais; Jogos do poder; Um segredo entre nós; Idas e vindas do amor; Comer, rezar, amar; Larry Crowne*; Espelho, espelho meu*


Juliette Binoche (França)

Je vous salue, Marie; A insustentável leveza do ser*; O morro dos ventos uivantes; A trilogia das cores; O paciente inglês; Chocolate; Em minha terra; Paris, te amo*; Cópia fiel*


Kate Beckinsale (Inglaterra)

Pearl Harbor; Escrito nas estrelas*; Anjos da noite*; Van Helsing; O aviador*; Click; Temos vagas;


Kate Winslet (Ingleterra)

Almas gêmeas; Titanic; A vida de David Gale; Em busca da terra do nunca*; Brilho eterno de uma mente sem lembranças; Pecados íntimos; O amor não tira férias; O leitor; Foi apenas um sonho; Deus da carnificina*


Katherine Heigl (EUA)

Ligeiramente grávidos*; Vestida pra casar; A verdade nua e crua*; Par perfeito*; Juntos pelo acaso*


Kathleen Turner (EUA)

Corpos ardentes*; Tudo por uma esmeralda; A jóia do Nilo*; A honra do poderoso Prizzi*; A guerra dos Roses*; Dois espiões e um bebê*; Marley & Eu


Katie Holmes (EUA)

Por um fio; Batman Begins;


Keira Knightley (Inglaterra)

Piratas do Caribe 1, 2* e 3*; Rei Artur; Orgulho e preconceito; Desejo e reparação; A duquesa*; Apenas uma noite; Um método perigoso*; Anna Karenina*


Kelly McGillis (EUA)

Top Gun: ases indomáveis; À primeira vista*


Kerry Washington (EUA)

Ray*; O último Rei da Escócia; Django Livre


Kim Basinger (EUA)

007: nunca mais outra vez*; Nove e meia semanas de amor*; Batman; Los Angeles: cidade proibida*; Celular: um grito de socorro; Sentinela; A morte e vida de Charlie*


Kim Novak (EUA)

Um corpo que cai; Sortilégio de amor*


Laetitia Casta (França)

Gainsbourg*; A negociação


Lauren Bacall (EUA)

Assassinato no Expresso Oriente*; Louca Obsessão; Dogville


Laura Elena Harring (EUA)

Um ato de coragem; Cidade dos sonhos; Império dos sonhos; O amor nos tempos do cólera


Laura Morante (Itália)

O quarto do filho; No limite das emoções


Lesley-Anne Down (Inglaterra)

A nova transa da Pantera Cor-de-Rosa


Liv Tyler (EUA)

Beleza Roubada; Armageddon; O senhor dos anéis 1, 2 e 3


Elizabeth Taylor (Inglaterra)

Um lugar ao sol*; Assim caminha a humanidade*; Cleópatra; Adeus às ilusões*; Quem tem medo de Virgínia Woolf*; O pecado de todos nós*


Mandy Moore (EUA)

Um amor pra recordar; Curtindo a liberdade*; Minha mãe quer que eu case*; Licença pra casar*; Enrolados*


Maria Grazia Cucinotta (Itália)

O carteiro e o poeta; 007: o mundo não é o bastante*; O Ritual*


Marilyn Monroe (EUA)

Os homens preferem as loiras; Como agarrar um milionário; O rio das almas perdidas; O pecado mora ao lado; Nunca fui santa*; Quanto mais quente, melhor*;  Adorável pecadora*


Marion Cotillard (França)

Piaf; Nine; Inimigos públicos; A origem; Meia-noite em Paris; Batman: o cavaleiro das trevas ressurge


Megan Fox (EUA)

Transformers*; Garota Infernal*


Melanie Laurent (França)

Bastardos Inglórios; Truque de Mestre*


Melissa George (Austrália)

Cidade dos sonhos; Fora de Rumo; Turistas*


Michelle Pfeiffer (EUA)

Scarface; O feitiço de Áquila; Ligações Perigosas; Batman: o retorno*; A época da inocência*; Íntimo & Pessoal*


Mila Kunis (EUA)

O livro de Eli; Cisne Negro; Amizade Colorida*; Ted; Oz, Mágico e Poderoso*


Milla Jovovich (Ucrânia)

Chaplin; Resident Evil*; Visões de um crime*; Os três mosqueteiros*; Os mercenários 3*


Minka Kelly (EUA)

O Reino; (500) dias com ela; Colega de quarto*


Monica Bellucci (Itália)

Malena*; Irreversível; No limite das emoções; Matrix 2 e 3*; Lágrimas do Sol; A Paixão de Cristo


Naomi Watts (Inglaterra)

Cidade dos sonhos; O chamado; King Kong; O despertar de uma paixão; Império dos sonhos; Senhores do crime; J. Edgar*; A casa dos sonhos


Nastassja Kinski (Alemanha)

Tess: uma lição de vida*; Paris, Texas*; tão longe, tão perto; Império dos sonhos


Natalie Portman (EUA)

Todos dizem eu te amo*; Em qualquer outro lugar*; Onde mora o coração*; V de Vingança; Paris, te amo*; Um beijo roubado; A outra; As coisas impossíveis do amor; Thor*; Sexo sem compromisso; Cisne Negro


Nicole Kidman (EUA)

Dias de Trovão; Batman Eternamente*; O Pacificador; De olhos bem fechados; Moulin Rouge; As horas; O quarto do pânico; Dogville; Reencarnação; A pele; Autrália; Nine; Reféns*


Paula Patton (EUA)

Hitch: conselheiro amoroso*; Déjà Vu; Preciosa; Missão Impossível: protocolo fantasma*


Paulette Goddard (EUA)

Tempos Modernos; O Grande Ditador; Vendaval de Paixões*


Penelope Cruz (Espanha)

Carne trêmula; Tudo sobre minha mãe; Terra de paixões; Vanilla Sky; Profissão de risco*; Bandidas*; Volver; Vicky Cristina Barcelona; Fatal*; Nine; Abraços partidos; Piratas do Caribe 4*; Para Roma com amor*


Rachel McAdams (Canadá)

Meninas Malvadas; Diário de uma paixão; Te amarei pra sempre*; Sherlock Holmes 1 e 2; Intrigas de Estado; Uma manhã gloriosa*; Meia-noite em Paris


Rachel Weisz (Inglaterra)

Beleza Roubada; A múmia; Círculo de Fogo*; O Júri; O Jardineiro Fiel*; Constantine; Fonte da Vida; Eragon*; A casa dos sonhos; O legado Bourne*; Oz, Mágico e Poderoso*


Romy Schneider (Áustria)

O Sol por testemunha*; O processo*


Rosario Dawson (EUA)

Homens de Preto 2*; O preço de uma verdade; Alexandre; Sin City 1 e 2*; À prova de morte*; Sete Vidas


Rose Byrne (Austrália)

Tróia; Presságio*


Salma Hayek (México)

A balada do pistoleiro*; O Corcunda de Notre Dame: o filme*; Amor em chamas*; Traffic; Frida; Era uma vez no México*; Bandidas*; Pergunte ao pó*


Sandra Bullock (EUA)

O Demolidor; Velocidade Máxima 1 e 2; Enquanto você dormia*; A Rede; Quando o amor acontece*; Da magia à sedução*; Miss Simpatia*; Amor à segunda vista*; Crash: no limite*; A casa do lago; Um sonho possível; A proposta; Tão forte, tão perto*


Scarlett Johansson (EUA)

Moça com brinco de pérola*; Falsária*; A ilha; Match Point; Scoop: o grande furo*; O grande truque; A Dália Negra*; Vicky Cristina Barcelona; The Spirit: o filme*; A outra; Compramos um Zoológico*; Hitchcock*


Sharon Stone (EUA)

As minas do Rei Salomão*; Instinto Selvagem; Invasão de Privacidade; Rápida e Mortal; O Especialista; Cassino*; Diabolique*; Garganta do Diabo


Sofia Vergara (Colômbia)

Noite de Ano Novo*


Sophia Loren (Itália)

Quo Vadis*; El Cid*; Arabesque*; A condessa de Hong Kong*; Os girassóis da Rússia*; Um dia muito especial*; Prêt-à-Porter*; Nine


Sophie Marceau (França)

Coração Valente; Sonho de uma noite de verão*; 007: o mundo não é o bastante*;


Stéphane Audran (França)

O discreto charme da burguesia; A festa de Babette*


Ursula Andress (Suiça)

007: contra o satânico Dr. No*; 007: Cassino Royale (primeira versão)*; Fúria de Titãs (primeira versão)*


Vivien Leigh (Índia)

E o vento levou*; Uma rua chamada pecado


Winona Ryder (EUA)

Edward: Mãos de Tesoura; Drácula de Bram Stoker*; A Época da Inocência*; A Casa dos Espíritos; As Bruxas de Salem; Alien: A Ressurreição*; Celebridades*; Outono em Nova York*; Cisne Negro

quarta-feira, 10 de julho de 2013

NEM FAZ TANTO TEMPO ASSIM, MAS TUDO PARECE TÃO ANTIGO

Quando eu tinha 5 anos, tudo era diferente. O que me permite usar a expressão “no meu tempo...”, qualquer coisa que denote uma certa velhice de quem fala.

No meu tempo, os telefones públicos, os quais denominávamos orelhões, eram de duas cores: um vermelho, para se fazer uma ligação local; outro azul, que usávamos para falar com quem morava fora, só interurbano. Nada de cartões, como hoje. Era tudo na base da ficha. Se não botasse a dita cuja na hora certa, o contato caía e a ligação deveria ser refeita.

No meu tempo, não se jogava vídeo-game pelo computador ou usando disco. Naquela época, nem computador havia – ao menos para a classe média emergente. Os jogos de que desfrutávamos estavam nos cartuchos (ou fitas) do Atari. O meu não era Atari. Era Dactar. Mas as fitas de um cabiam no outro, e era uma festa maluca jogar Enduro ou River Raid. Depois vieram os aparelhos mais modernos: Master Sistem, Mega Drive e Super Nintendo.

No meu tempo, quando tocava a vinheta do “Plantão” da Globo, era aumento do combustível na certa. Sempre “a partir da meia-noite”. Lá íamos meu pai e eu ao posto, já noite, pra pegar a “gasosa” ainda mais barata. No mercado, os rapazes com as “maquininhas de preço” nas mãos, várias vezes no mesmo dia, denunciavam que a inflação era galopante, e o Brasil não se insinuava como hoje.


No meu tempo, a gente não entrava em aeroporto e shopping. No lugar onde só rico pisava, a classe média passava longe. Quando entrava, era só pra conhecer. Congonhas, pra mim, era apenas atração turística. Quem andava ali era magnata, o mesmo que portava os primeiros celulares, os tijorolas. Os que andavam pelas ruas falando aos celulares eram vistos com reverência, porque “só gente rica usa telefone móvel”.

No meu tempo, não tinha injeção eletrônica nos automóveis. Tinha o “afogador”, um comando do carro junto ao painel que eu puxava logo depois de dar a partida. Afinal, antes do meu pai sair, era necessário botar o veículo pra funcionar alguns minutos: era recomendado pôr a bagaça em movimento só depois de ficar um tempo ligado. Ah, é claro: antes de dar a partida, nunca deixava de pisar umas quatro ou cinco vezes no acelerador, justamente para que o combustível fosse injetado do tanque ao motor. Do contrário, não pegava. Quando isso ocorria, no meu tempo, a gente soltava na “banguela” pra pegar no tranco.

No meu tempo, não se ouvia música “baixada”. Era no vinil (LP), depois na fita cassete (K7. Por gentileza, não pense bobagem), até que veio o CD. A primeira fita de que me lembro adquirir foi Thriller, de MJ. Assim como o vinil, tinha o lado A e lado B (o único LP que tive foi da Xuxa. Sim, isso é motivo de muita vergonha, algo que gostaria de extirpar da minha infância). Só com o CD que se parou com aquele negócio de vira aqui, vira ali. O meu primeiro disco compacto? Mamonas Assassinas, a banda que gravou um único disco, mas que foi febre no país inteiro.


No meu tempo, a gente não assistia Avatar, Harry Potter, “Saga” Crepúsculo e Senhor dos Anéis. Naquela época, era Rambo, Comando para matar, Rocky e Top Gun. Blu-Ray, DVD? Nada! Era fita, amigo. Daquelas que quando o filme chegava ao fim, a gente tinha que rebobinar. Era a pré-história, algo de que não nos dávamos conta, e que hoje causa uma deliciosa nostalgia.

No meu tempo, eu ia pra rua jogar bola. Na terra, na grama, no cimento, sempre descalço. Também andava de bicicleta e nadava. A tecnologia não me corrompia, assim como corrompe a moçada de hoje. Talvez porque naquela época esses equipamentos que encantam, facilitam e sedentarizam (seria esse um neologismo?) não podiam ser comprados tão facilmente. Mas creio que eu não trocaria meus carrinhos de fricção por nada.

No meu tempo, homem que era homem fazia a declaração do imposto de renda no papel. Preenchia o formulário todo – primeiro a lápis, depois à caneta – e entregava numa agência bancária. Havia qualquer coisa romântica em todo aquele primitivismo. Hoje é tudo muito sofisticado.

No meu tempo, os desenhos eram outros. Não sei os que passam agora, mas dificilmente Scooby Doo, Popeye, Caverna do Dragão, Thundercats, Cavalheiros dos Zodíacos, Heman, atraem as crianças de hoje. Elas já nascem evoluídas, praticamente falando, esnobando a ideia de papai-noel, sem crer na magia dos desenhos. Mas quem disse que desenho é só pra criança?

  
No meu tempo, diziam que a rapariga saía do ensino médio pra fazer magistério. Ah, como as moças daquela época sonhavam em ser professoras. Era quase que uma vocação inata. Hoje, arrisque perguntar prum jovem do terceiro colegial se ele pretende prestar vestibular pra virar professor. Não haverá uma mão erguida. Haverá, sim, quem ria da pergunta impertinente, posto que ser professor é cultuar o ridículo, é ganhar pouco, é não ser reconhecido, é apanhar da polícia quando reivindica o básico.


No meu tempo se fazia tanta coisa. O meu tempo não foi há tanto tempo assim. Mas parece que sim. Me sinto tão velho...

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A DEMOCRACIA, IMPRESCINDÍVEL, TEM DAS DELA TAMBÉM

Me impressiona o quão bela e contraditória é a democracia.

Em sua ideia mais primitiva, despontada em Atenas, os cidadãos iam às Ágoras (uma espécie de praça pública) para discutirem questões pertinentes ao local onde viviam. Diga-se: o poder ali começava a emanar do povo, pero no mucho. Mulheres, escravos e estrangeiros eram impedidos de participar das “assembleias”. Até então, o soberano era o enviado de Deus para governar o povo, e quem se atreveria a questionar um ‘predestinado’?

Em sua ideia mais atual, em que o regime permite tanto a liberdade quanto o descabido. Ainda assim, diga-se de novo, vale a pena poder escolher, discordar, ser livre. Mas chama atenção como a democracia é infimamente participativa e menos representativa do que se supõe, o que prova a falta de comprometimento do brasileiro na hora do voto. Sim, os políticos são cretinos, a maioria deles deveria ir ao inferno, mas você e eu temos culpa de sobra em todo esse processo. Estaríamos nós isentos da danação eterna? Sei não...


E a relação entre representantes e representados é menos tumultuada do que poderia e deveria. Reprovamos o congresso, discutimos raramente com alguém um projeto votado, uma lei pertinente relegada, mas ainda é pouco. Se a democracia é o poder da maioria, por que a mesma parcela se diz insatisfeita com tanta frequência?

O descontentamento é tamanho – embora pouco efetivo – a ponto até de ferir a própria democracia. Imaginemos que alguém levante a hipótese de acabar com o parlamento em Brasília. As justificativas não seriam poucas: “não cumprem seus papeis de políticos”, “ganham muito e desfrutam de mordomias diversas”, “o dinheiro todo gasto com congressistas será revertido na construção e aperfeiçoamento de escolas, em segurança, casas populares, saúde pública e saneamento básico”.

Temos, então, uma causa tremendamente popular, que daria inúmeras manifestações em prol da... derrocada da democracia – ou ao menos de parte dela. Os parlamentares, ruins ou não, falam em nome de quem os botou lá, e pode ser uma voz a ponderar uma medida autoritária, fruto de qualquer um que governasse sozinho. Porque a natureza humana, quando se vê sem a possibilidade do contraponto, tende a se esbaldar no poder. E gosta, como nenhum outro bicho, de se impor solitariamente.