Antes, sempre é pertinente
lembrar: o município pagará, a partir de 1º de janeiro de 2013, ao ocupante do
cargo de prefeito a quantia de R$ 10 mil a cada mês; ao vice-prefeito e ao
presidente da câmara, o valor será de R$ 4,5 mil mensais; e os vereadores irão
ganhar, a cada 30 dias, o subsídio de R$ 3 mil. Sim, em meio a esses números
todos está o seu dinheiro, financiando a política da cidade com cifras que,
possivelmente, nem beiram as suas. E não surpreende mais o getulinense ver a
política viver do cargo, ao invés de viver para ele. Mas não dá para afirmar
que todos os ocupantes ou candidatos são assim.
Para as eleições
de 7 de outubro, há cinco candidatos a
prefeito e 74 pleiteiam nove vagas na câmara de vereadores. Do quadro político
atual, os nove legisladores são candidatos (dois deles anseiam a prefeitura –
Jota e Toninho Maia –, enquanto os outros sete – Pina Auto Escola, Dinaldinho,
Carlito, Mário Nohara, Maninho, Toninho Lima e BetoBica – tentam a vereança
novamente), além do vice-prefeito Gutão que, desta vez, encabeça uma das chapas
à prefeitura. Apenas Rogério, o prefeito em mandato até o fim deste ano, não é
candidato a nada. Vamos, então, ao postulante dito ideal.
Retomando
Aristóteles, muito do que se tem na política passa por ele. E não é descartável
ao candidato e ao eleitor ler algumas de suas principais produções, como “Ética”,
“Política” e “Ética a Nicômaco”. Embora
o grego tenha escrito suas reflexões no século IV a.C., a genialidade do
sujeito se comprova pela atemporalidade da sua obra. Aristóteles ainda é atual.
Só que nem tudo o que o filósofo escreveu durante seu tempo de vida (384-322
a.C.) pode ser transposto, de forma automática, para a conjuntura atual. Àquela
época, o cidadão mais velho, com maior experiência e, por isso, espírito nobre
e preparado, era o indicado a assumir posto político.
Hoje em dia, o
eleitor parece até evitar o candidato mais calejado, que, no inconsciente
coletivo, salta como o mais corrupto, aquele que sabe enganar melhor. De acordo
com o senso comum, a alternativa para isso é o jovem, inexperiente, mas com
vontade de mudar, menos acomodado e, talvez, não enquadrado nas faces
corrompidas do sistema político. Entretanto, lembremos: a culpa dos desvios não
é da instituição. Quem escorrega nas suas próprias fragilidades é o homem. É
necessário crer na política, porque impossível não haver gente capacitada e
inalienável para isso.
Independente de
idade, os que compõem a corrida eleitoral fazem, sem perceber, o
anti-marketing. Já é tempo de botar o ouvido nas ruas para entender que a
população despreza a propaganda exagerada. Falamos aqui da sujeira causada
pelos papéis jogados – não por todos – que, vamos combinar, não parecem ser a
melhor forma de se auto-promover, pois os “santinhos” vão ao chão e lá ficam. O
outro ponto de discórdia é a propaganda sonora, os “jingles”, as paródias das músicas de maior
sucesso no momento. Além de pouco criativas, são lançadas a um volume muito
alto, em horários (cedo demais) e dias (sábados e domingos) impróprios e de
forma insuportavelmente repetitiva. Só é preciso entender que quem faz isso dá
voto a um concorrente mais contido, quieto.
[Continua no post de amanhã]
Nenhum comentário:
Postar um comentário