segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A ESCOLHA DO MELHOR CANDIDATO (parte I)

Antes, sempre é pertinente lembrar: o município pagará, a partir de 1º de janeiro de 2013, ao ocupante do cargo de prefeito a quantia de R$ 10 mil a cada mês; ao vice-prefeito e ao presidente da câmara, o valor será de R$ 4,5 mil mensais; e os vereadores irão ganhar, a cada 30 dias, o subsídio de R$ 3 mil. Sim, em meio a esses números todos está o seu dinheiro, financiando a política da cidade com cifras que, possivelmente, nem beiram as suas. E não surpreende mais o getulinense ver a política viver do cargo, ao invés de viver para ele. Mas não dá para afirmar que todos os ocupantes ou candidatos são assim.

Para as eleições de 7 de outubro,  há cinco candidatos a prefeito e 74 pleiteiam nove vagas na câmara de vereadores. Do quadro político atual, os nove legisladores são candidatos (dois deles anseiam a prefeitura – Jota e Toninho Maia –, enquanto os outros sete – Pina Auto Escola, Dinaldinho, Carlito, Mário Nohara, Maninho, Toninho Lima e BetoBica – tentam a vereança novamente), além do vice-prefeito Gutão que, desta vez, encabeça uma das chapas à prefeitura. Apenas Rogério, o prefeito em mandato até o fim deste ano, não é candidato a nada. Vamos, então, ao postulante dito ideal.

Retomando Aristóteles, muito do que se tem na política passa por ele. E não é descartável ao candidato e ao eleitor ler algumas de suas principais produções, como “Ética”, “Política” e “Ética a Nicômaco”. Embora o grego tenha escrito suas reflexões no século IV a.C., a genialidade do sujeito se comprova pela atemporalidade da sua obra. Aristóteles ainda é atual. Só que nem tudo o que o filósofo escreveu durante seu tempo de vida (384-322 a.C.) pode ser transposto, de forma automática, para a conjuntura atual. Àquela época, o cidadão mais velho, com maior experiência e, por isso, espírito nobre e preparado, era o indicado a assumir posto político.


Hoje em dia, o eleitor parece até evitar o candidato mais calejado, que, no inconsciente coletivo, salta como o mais corrupto, aquele que sabe enganar melhor. De acordo com o senso comum, a alternativa para isso é o jovem, inexperiente, mas com vontade de mudar, menos acomodado e, talvez, não enquadrado nas faces corrompidas do sistema político. Entretanto, lembremos: a culpa dos desvios não é da instituição. Quem escorrega nas suas próprias fragilidades é o homem. É necessário crer na política, porque impossível não haver gente capacitada e inalienável para isso.

Independente de idade, os que compõem a corrida eleitoral fazem, sem perceber, o anti-marketing. Já é tempo de botar o ouvido nas ruas para entender que a população despreza a propaganda exagerada. Falamos aqui da sujeira causada pelos papéis jogados – não por todos – que, vamos combinar, não parecem ser a melhor forma de se auto-promover, pois os “santinhos” vão ao chão e lá ficam. O outro ponto de discórdia é a propaganda sonora, os “jingles”, as paródias das músicas de maior sucesso no momento. Além de pouco criativas, são lançadas a um volume muito alto, em horários (cedo demais) e dias (sábados e domingos) impróprios e de forma insuportavelmente repetitiva. Só é preciso entender que quem faz isso dá voto a um concorrente mais contido, quieto.

[Continua no post de amanhã]

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