terça-feira, 4 de setembro de 2012

A ESCOLHA DO MELHOR CANDIDATO (parte II)

[continuação do post anterior]

Todas essas percepções podem pesar a favor ou contra na hora da escolha. Mas nada como conhecer o passado do candidato. A história de alguém, seja da política ou de qualquer outra área, diz muito sobre as intenções e a capacidade técnica do postulante a cargo público. O histórico do candidato como político e como pessoa, enfim, a trajetória, suas realizações, seus posicionamentos enquanto munícipe dão os traços do que será como representante na esfera política. Outra análise importante a ser feita é sobre o partido e/ou coligação. Apesar dos partidos se assemelharem em várias prerrogativas, inclusive na corrupção e no vislumbre ao poder, cada um detém uma concepção diferente de gestão, o modo como conduzir a coisa pública.

Como já discutido aqui, na última publicação desta coluna, os planos de governo surgem como instrumentos que direcionam o eleitor, mas o trabalho do morador não deve se restringir a isso. É muito pouco pela importância de todo esse processo. Mesmo porque de muitas promessas mirabolantes vivem os projetos de não poucos candidatos. Fala-se o discurso grandioso, e não falta muito para o postulante tirar o terno, os óculos e voar, super-homem que é. Exemplo mentiroso do “eu vou fazer”: a função do vereador não é executar. Se ele te disser que irá fazer mundos e fundos, duvide. O trabalho dele é com as leis municipais e a fiscalização de como o prefeito gere a riqueza do município e o que é feito ou não de benfeitoria social com a verba pública.

Da parte do prefeito, qualquer promessa de construção disso e daquilo deve ser avaliada com prudência. Getulina é uma cidade pequena, de baixa atividade industrial, com comércio fraco e agropecuária menos pujante do que no passado. Com os três setores da economia esfacelados, fora a inadimplência, não precisa ser o melhor dos economistas para concluir que o montante financeiro com o qual Getulina vive é proveniente do Estado ou da Federação. Portanto, fazer qualquer coisa maior não depende só da boa vontade e do discurso dos candidatos ao Executivo.



Mais uma prática que destoa em período eleitoral é a leva de candidatos simpáticos, outrora fechados, desconhecedores do mundo e alheios ao que predomina à sua volta. Alguma coisa contra quem é assim? Não. O que não dá é alguém virar bom moço por uma condição circunstancial, sendo oportunista num momento em que ser “legal” pode lhe trazer votos. De um dia a outro, porque é candidato, cumprimenta todo mundo, dá e aceita o tapinha nas costas, o sorriso fica gratuitamente exposto, não há economia de palavras e passa a pisar em lugares à que nunca fora antes, com o qual jamais se preocupara. Mas o eleitor está atento às mudanças de comportamento repentinas.

O candidato ideal não existe. Se ele existisse, não seria ideal. Mas há critérios que o eleitor cria, podendo orientá-lo no sentido de definir o melhor para a cidade. É evidente que a tarefa do cidadão se complica, pois a política é o campo das máscaras, das “personas”. Aquele que você vê falando não é o candidato: é alguém que o próprio candidato queria ser. Perceba, caro leitor, que voltamos a falar de idealizações, fantasias. Até por isso a nossa tarefa também é dura no momento de diferenciar o super-herói do mero mortal como tu e eu. Além do blá-blá-blá sem propósito concreto, a história do candidato e a sensatez na hora de tornar-se público vão te auxiliar, se não a escolher, pelo menos a descartar uns e outros.

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