Por
Gibran Lachowski,
jornalista
e professor de Comunicação na Universidade do Estado de Mato Grosso
(Unemat)\Alto Araguaia.
Aproveito a abertura dada pelo
dono do blogue para apresentar algumas de minhas ideias atuais sobre ensino de
jornalismo, algo que me move tremendamente. São, por enquanto, apenas
apontamentos que, com certa facilidade, podem ser aplicados no dia a dia
acadêmico, se é que muitas professoras e muitos professores, em parceria com
estudantes, já não os desenvolvem. Aos poucos, quem sabe, tais exposições
ganhem maior grau de consistência e reflexão.
Entendo ser
necessário tornar o ensino o mais próximo possível da prática diária do
jornalismo, seja num veículo diário, semanal, quinzenal, mensal...
Creio que
isso seja possível a partir de atividades que façam com que o jornalismo esteja
grudado na rotina das\os estudantes, para que possam se utilizar de elementos
de seus afazeres corriqueiros e do que virem\escutarem\perceberem no cotidiano.
O intuito é
tornar o jornalismo algo vivenciado, feito, e não estudado num sentido separado
da prática, do exercício profissional.
Portanto,
nessa perspectiva, o curso seria uma espécie de agência júnior ou
jornal-laboratório o tempo todo, um veículo jornalístico comum em período
inteiriço, com reuniões de pauta, coberturas, produção e análises (individuais
e coletivas).
A seguir
algumas técnicas\alguns mecanismos que podem auxiliar.
Técnicas
Dez minutos
de discussão sobre o noticiário do dia
toda aula, independente de qual seja e o que tenha como centro de atenção
naquele dia.
Discussão do tema do dia\semana com frequência, para avaliar
processo jornalístico, julgar tecnicamente trabalho de veículos e profissionais
e, também, reescrevê-lo\reeditá-lo\refazê-lo a fim de exercitar novos
modos\modelos.
Montar e se
utilizar de banco de pautas, feito com sugestões diárias, aula a aula, ou algo
assim. As indicações teriam sempre o
objetivo de veiculação, ainda que secundariamente servissem como trabalho e
nota.
Efetuar o máximo possível de
encontros com pessoas que já atuam como profissionais do jornalismo para, em suma, separar a
ilusória distância entre academia e mundo do trabalho, mostrando que ambos
fazem parte do mesmo todo. E que sejam em variados formatos, como debates,
seminários, entrevistas coletivas, palestras, visitas a veículos, contatos em
coberturas, trocas de experiências...
Fazer o máximo de aulas-cobertura, a fim de que a reflexão se dê
com o exercício do jornalismo. Assim, o apoio docente se fará durante as
ocorrências jornalísticas. Produção e velocidade poderão dialogar com ritmo e
jeitos de se fazer relativos ao mundo do trabalho.
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