quarta-feira, 18 de julho de 2012

IDEIAS PARA O ENSINO DE JORNALISMO

Por Gibran Lachowski,
jornalista e professor de Comunicação na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat)\Alto Araguaia.


Aproveito a abertura dada pelo dono do blogue para apresentar algumas de minhas ideias atuais sobre ensino de jornalismo, algo que me move tremendamente. São, por enquanto, apenas apontamentos que, com certa facilidade, podem ser aplicados no dia a dia acadêmico, se é que muitas professoras e muitos professores, em parceria com estudantes, já não os desenvolvem. Aos poucos, quem sabe, tais exposições ganhem maior grau de consistência e reflexão.


Entendo ser necessário tornar o ensino o mais próximo possível da prática diária do jornalismo, seja num veículo diário, semanal, quinzenal, mensal...

Creio que isso seja possível a partir de atividades que façam com que o jornalismo esteja grudado na rotina das\os estudantes, para que possam se utilizar de elementos de seus afazeres corriqueiros e do que virem\escutarem\perceberem no cotidiano.

O intuito é tornar o jornalismo algo vivenciado, feito, e não estudado num sentido separado da prática, do exercício profissional.

Portanto, nessa perspectiva, o curso seria uma espécie de agência júnior ou jornal-laboratório o tempo todo, um veículo jornalístico comum em período inteiriço, com reuniões de pauta, coberturas, produção e análises (individuais e coletivas).


A seguir algumas técnicas\alguns mecanismos que podem auxiliar.

Técnicas
Dez minutos de discussão sobre o noticiário do dia toda aula, independente de qual seja e o que tenha como centro de atenção naquele dia.

Discussão do tema do dia\semana com frequência, para avaliar processo jornalístico, julgar tecnicamente trabalho de veículos e profissionais e, também, reescrevê-lo\reeditá-lo\refazê-lo a fim de exercitar novos modos\modelos.

Montar e se utilizar de banco de pautas, feito com sugestões diárias, aula a aula, ou algo assim. As indicações teriam sempre o objetivo de veiculação, ainda que secundariamente servissem como trabalho e nota.

Efetuar o máximo possível de encontros com pessoas que já atuam como profissionais do jornalismo para, em suma, separar a ilusória distância entre academia e mundo do trabalho, mostrando que ambos fazem parte do mesmo todo. E que sejam em variados formatos, como debates, seminários, entrevistas coletivas, palestras, visitas a veículos, contatos em coberturas, trocas de experiências...

Fazer o máximo de aulas-cobertura, a fim de que a reflexão se dê com o exercício do jornalismo. Assim, o apoio docente se fará durante as ocorrências jornalísticas. Produção e velocidade poderão dialogar com ritmo e jeitos de se fazer relativos ao mundo do trabalho.

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